Guia Prático dos Status Codes HTTP em APIs REST

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Introdução

Quando desenvolvemos uma API REST, um dos aspectos mais cruciais é garantir que as respostas enviadas ao cliente sejam claras, consistentes e úteis. Uma maneira de alcançar isso é utilizando corretamente os HTTP status codes. Esses códigos são responsáveis por comunicar o resultado de uma operação, e sua correta implementação pode facilitar a integração de outros sistemas, melhorar a experiência dos desenvolvedores e tornar os serviços mais robustos e fáceis de manter. Utilizar apenas os códigos mais comuns, como 200 OK e 500 Internal Server Error, não é suficiente para garantir a qualidade da API. Um entendimento mais amplo da gama de status disponíveis, como veremos a seguir, permite uma comunicação mais precisa e detalhada entre a API e o cliente.

Principais HTTP Status Codes e Suas Aplicações

Ao trabalhar com APIs REST, é essencial utilizar os HTTP status codes adequados para cada cenário, seja em operações bem-sucedidas ou em casos de erro. Isso ajuda a padronizar a resposta e facilita a identificação e tratamento de erros. Abaixo, veremos os principais status codes e como eles devem ser usados no desenvolvimento de uma API.

Classificação dos status codes HTTP

Os status codes HTTP são divididos em cinco classes, cada uma representando um tipo específico de resposta:

  1. 1xx – Informacional: Indica que a requisição foi recebida e o processo está em andamento.
  2. 2xx – Sucesso: A ação requisitada pelo cliente foi recebida, compreendida e aceita com sucesso.
  3. 3xx – Redirecionamento: A ação requisitada requer etapas adicionais para ser concluída.
  4. 4xx – Erro do Cliente: Indica que o erro ocorreu devido à requisição enviada pelo cliente.
  5. 5xx – Erro do Servidor: Ocorreu um erro do lado do servidor ao tentar processar a requisição.

Status Codes por Grupo

1xx – Códigos Informacionais

Os códigos da série 1xx são utilizados para indicar que a requisição foi recebida e está sendo processada. Eles são raramente usados em operações convencionais, mas são importantes em cenários onde uma resposta inicial é necessária para continuar o processamento.

  • 100 Continue: O servidor recebeu parte da requisição e o cliente pode continuar enviando o restante. Usado principalmente em requisições grandes onde a validação preliminar é necessária.
  • 101 Switching Protocols: O servidor concordou em mudar o protocolo de comunicação conforme requisitado pelo cliente.

2xx – Códigos de Sucesso

Esses são os códigos que indicam que a requisição foi processada com sucesso. Eles são fundamentais para garantir ao cliente que a ação foi concluída.

  • 200 OK: A requisição foi bem-sucedida, seja para retornar dados ou confirmar uma ação, como uma criação ou deleção de recurso.
  • 201 Created: Utilizado quando um novo recurso é criado com sucesso. Muito comum em operações de POST.
  • 204 No Content: A ação foi bem-sucedida, mas não há conteúdo para retornar. Utilizado em operações de deleção, por exemplo.

3xx – Códigos de Redirecionamento

Os códigos da série 3xx indicam que o cliente deve tomar alguma ação adicional para completar a requisião, geralmente seguindo um novo local ou URL.

  • 301 Moved Permanently: O recurso requisitado foi movido para uma nova URL permanentemente. O cliente deve usar a nova URL para futuras requisições.
  • 302 Found: O recurso foi temporariamente movido para outra URL. Diferente do 301, esse redirecionamento é temporário.
  • 304 Not Modified: Usado em operações de cache. Indica que o conteúdo requisitado não foi modificado desde a última requisição, permitindo ao cliente usar a versão em cache.

4xx – Códigos de Erro do Cliente

A série 4xx é usada quando a requisição enviada pelo cliente é inválida ou contém erros. Esses códigos ajudam a API a informar ao cliente como ele pode corrigir a requisição.

  • 400 Bad Request: Ocorre quando a requisição é malformada ou contém parâmetros inválidos.
  • 403 Forbidden: O cliente não tem permissão para acessar o recurso requisitado. Mesmo que a autenticação esteja correta, a ação não é permitida.
  • 404 Not Found: O recurso requisitado não foi encontrado. Isso pode acontecer quando o cliente fornece um path inválido ou tenta acessar um recurso inexistente.
  • 405 Method Not Allowed: O método HTTP usado não é permitido para o recurso requisitado. Por exemplo, tentar usar um POST em um endpoint que aceita apenas GET.

5xx – Códigos de Erro do Servidor

Os códigos da série 5xx indicam problemas no lado do servidor ao processar a requisição. Esses erros não são culpa do cliente, e normalmente indicam falhas temporárias ou problemas de configuração.

  • 500 Internal Server Error: Um erro genérico que indica que o servidor encontrou uma condição inesperada que o impediu de concluir a requisição.
  • 502 Bad Gateway: O servidor, atuando como um gateway ou proxy, recebeu uma resposta inválida do servidor upstream.
  • 503 Service Unavailable: O servidor está temporariamente indisponível, geralmente devido a manutenção ou sobrecarga.
  • 504 Gateway Timeout: O servidor, atuando como um gateway ou proxy, não recebeu uma resposta do servidor upstream a tempo.

Por Que Usar os HTTP Status Codes Corretos?

Utilizar corretamente os HTTP status codes vai além de seguir padrões de desenvolvimento; trata-se de melhorar a comunicação entre a API e o cliente, tornando-a mais clara e eficiente. Ao indicar o status exato de cada operação, os desenvolvedores clientes conseguem entender rapidamente o que aconteceu e tomar as medidas apropriadas, como corrigir erros ou interpretar corretamente os resultados das requests. Além disso, boas práticas em resposta HTTP facilitam o debug e integração com outros sistemas, tornando o desenvolvimento mais ágil e previsível.

Conclusão

A correta utilização dos HTTP status codes em APIs REST é essencial para garantir que os serviços sejam fáceis de usar, robustos e eficientes. Ao adotar uma ampla gama de status codes, você pode fornecer feedback preciso sobre o que está acontecendo dentro de sua API, seja durante o sucesso de uma operação ou ao lidar com erros. Isso não só ajuda a melhorar a experiência do cliente, mas também reduz o tempo gasto na solução de problemas e aumenta a qualidade geral da API. Em posts futuros, exploraremos como criar um endpoint REST utilizando Spring Boot, além de documentar APIs RESTful com Swagger, proporcionando exemplos práticos dessas implementações.

Leandro

Sou desenvolvedor de software a desde 2008, além de programar gosto de esportes de aventura como rapel, tirolesa, trilhas de bike, apreciador de cervejas, baladas, motos e do bom e velho Rock’n Roll também gosto de história, ficção científica e de tecnologia. Atualmente sou consultor de Agile Software Delivery na Erudio Training e instrutor na Udemy.

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